XX1103PEX - MOCAMBIQUE: LONGA MARCHA PELA PAZ E NAO-VIOLENCIA EM PROL CRIANCAS NO MUNDO

 

2003/11/07 - Maputo, Mozambique 2003/11/07 - Maputo, Mozambique 2003/11/07 - Maputo, Mozambique

Maputo, 07 Nov (AIM) - Ha tres anos e tres meses que percorre o mundo a pe,
cruzou 18 paises desde o Canada, Estados Unidos da America, passando pela
america central e latina, ate chegar a Mocambique na tarde de Quinta-feira,
depois de ter entrado pela Africa do Sul. Seu nome: Jean Beliveau, um
canadiano de 45 anos.


Antigo vendedor de publicidade luminosa, Jean Beliveau, partiu de Montreal,
no Canada a 18 de Agosto de 2000, deixando para tras familia e amigos para
uma viagem global cujo mote e "promovendo a paz e a nao-violencia em prol
das criancas no mundo". A memoravel viagem devera durar 12 anos, depois de
ter percorrido quase 80.000 quilometros e cerca de 80 paises.


Esta viagem que terminara daqui a mais nove anos esta de acordo com a
declaracao das Nacoes Unidas do periodo 2001-2010 como a "Decada Para
Cultura de Paz e da Nao-Violencia em prol das Criancas do Mundo". Na
verdade, este fanco-canadiano de 48 anos de idade esta percorrendo o mundo
para transmitir a mensagem da necessidade de seguranca para as criancas do
mundo.


Este homem percorre 34 quilometros por dia sozinho com o seu carinho de
tres rodas que carrega os seus mantimentos, suas vestimentas, um 'kit' de
primeiros socorros, uma pequena tenda e um saco-cama.


A reportagem da AIM encontrou Jean Beliveau, na manha de hoje, na sede da
Associacao Francesa dos Voluntarios do Progresso, no Bairro da Coop. O
"Globetrotter" tomava o seu cafe depois de ter sido entrevistado pela
estacao de televisao publica mocambicana (TVM), maratona que iria prosseguir
ao longo do dia com mais orgaos de comunicacao social.


Depois das apresentacoes da prache comecou a conversa nos seguintes termos.
"Porque esta aventura, nem sempre vemos homens percorrerem o mundo les-a-les
por simples prazer, ou sera?. A resposta foi pronta. "Sai ha tres anos e
tres meses com o objectivo de mudar radicalmente a minha vida, queria deixar
o mundo material e perceber o mundo real".


Sem contar com patrocinios o viajante solitario conta com a boa vontade das
pessoas dos locais por onde passa. As pessoas dao apoio a medida do
possivel, mesmos os mais pobres dao o que podem, desde carinho e amor, algo
que o toca bastante, dai ter fe que esta sua viagem vai trazer algo de novo
ao mundo.


"Nao irei mudar o mundo, sei disse. Quero e mudar o mundo dentro de mim. Se
isso puder inspirar as pessoas em volta de mim e do mundo para se tornar
este planete seguro para mim e bastante, que mais posso querer?",questionou.
Conta que aquando da sua passagem pela Africa do Sul teve a sorte de ter um
encontro com o ex-preso politico mais celebre do mundo, Nelson Mandela, um
homem que admira bastante. "Vi como ele trabalha e inspira as pessoas, sao
esses homens que podem tornar este mundo um lugar mais lindo para se viver",
asseverou.


Acrescentou que "acho que juntos (Mandela, ele e o mundo em geral) podemos
mudar o destino para um mundo melhor e estou certo de que todos podemos
faze-lo porque temos o mesmo coracao e no fundo somos as mesmas pessoas".
Espera resultados desta sua odisseia de 12 anos? A resposta e "nao sei qual
sera o resultado daqui ha 12 anos quando eu terminar a minha caminhada, mas
estou optimista que as coisas vao mudar para melhor.


Ao longo da sua jornada, este home de uma humildade incrivel, conta que viu
de tudo um pouco, desde doencas, fome e miseria, mas o que mais o marcou foi
encontrar pessoas pobres com coracoes nobres porque "sao pobres por fora mas
ricos por dentro", ao contrario dos ricos que sao mais introvertidos,
materialistas e egoistas.


O episodio mais marcante, desta odisseia pedonal pelos quatro cantos do
mundo, que carregara por muitos anos consigo aconteceu na Swazilandia, onde
encontrou jovens que perderam os seus familiares devido ao HIV/SIDA, uma
doenca que diz estar a destruir o tecido social de Africa.


A mensasgem que transmitiu foi "cuidem-se" ou entao uma geracao vai
desaparecer eum continente que deve ser cuidado vai continuar a ser o mais
pobre do mundo apesar da abundancia de recursos naturais e humanos.
Na Swazilandia disse ter encontrado uma jovem que o pediu qua a adoptasse
porque o pai e a mae pereceram devido a sida. Relata que nao teve palavras
para responder a jovem, apenas disse com uma lagrima na ponta do olho
"menina, nao posso te adoptar porque nao tenho recursos para tal, gostaria
mas nao posso". Este episodio marcou-o profundamente porque mostra quanto
mal a doenca esta a causar no seio do continente.


Durante a sua viagem cheia de aventuras gastou tanta sola de sapato, no
total 20 pares, pelo que muitos mais ainda vai gastar visto que a sua viagem
ainda esta longe de chegar a metade.


De Mocambique parte para o Malawi donde seguira via oriente ate atingir o
extreito de Gibraltar que sera sua porta para a Europa. A sua rota inicial
era viajar via Africa Ocidental, mas os inumeros conflitos armados que se
verificam nessa zona fizeram-no repensar e optar pera rota do oriente.
Jean Beliveau vai atravessar todos os continentes de desde a America,
Africa, Asia, Australia e Nova Zelandia e finalmente regressar ao Canada. No
Canada espera encontrar sua familia, mulher, filhos e a neta (Lawri) de dois
anos e oito meses que nunca viu, pois nasceu seis meses depois de partir.
Quanto a Mocambique diz ter ficado encantado com a hospitalidade do povo e
pode notar que o pais esta a desenvolver contrariando os anos passados, mas
por culpa da guerra dos 16 anos que culminou em 1992.


Com esta viagem o aventureiro solitario canadiano diz querer escrever cinco
livros de memorias, cada um sobre um continente, com a sua esposa Luce, que
normalemte o visita onde estiver no Natal.


Finalizou a conversa dizendo que a sua volta ao mundo ao pe visa lancar um
apelo para se salvar o mundo trazendo paz e seguranca, dai carregar a
mensagem "Save the Planet". Diz que o mundo esta no estado em que esta hoje
porque "o ser humano e um animal estranho que tem algo que que nao funciona
bem que tem que ser ajustado. Se essa coisa nao funciona bem tem que ser
sempre a ser reparada, se a deixam fica parada e provoca conflito. Dai para
se cumprir com as palavra e preciso que se espalhe a mensagem de paz".
(AIM)